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Fitoterápicos - chás, infusão e decocção
fonte - ANDF
Por Érika Sena de Oliveira | vice-presidente ANDF
A história dos chás nos remete a lendas com mais de 3000 anos em dois principais países orientais: China e Índia. A lenda de origem chinesa do chá, nos conta que o imperador chinês Sheng Nong ao esquentar um recipiente com água debaixo de uma árvore teve a surpresa de caírem algumas folhas e tornar a água ali fervida com sabor agradável e revitalizante. Ele levou consigo uma muda da planta e passou rotineiramente a usar desta prática.
Já a lenda indiana, data de aproximadamente 1500 anos atrás e retrata a história de um príncipe, Bodhidharma, que ao sentir-se muito cansado ao meditar resolveu mastigar algumas folhas de um arbusto e percebeu que o cansaço havia sido amenizado e a concentração e foco durante a meditação se tornaram mais intensos.
Passou a utilizar as ervas não somente mastigadas, mas também imersas em água em diferentes temperaturas. Tanto a lenda chinesa quanto a lenda indiana nos falam de uma planta específica, a Camellia sinensis.
Para que uma infusão receba o nome de chá é imprescindível que ela seja preparada com derivados da Camellia sinensis. Esta planta origina diversos tipos de chás: chá preto, branco, vermelho entre outros e o que difere cada um deles é seu tipo de plantio, secagem, armazenamento e mesmo extração.
No Japão, outro país onde a rotina de consumir os chás é bastante antigo, está intrínseco não somente aos hábitos da população, mas também a muitos rituais sagrados. A chegada dos chás no mundo ocidental aconteceu por mérito dos próprios chineses através do hábito de consumir as ervas como bebidas nas mais diversas ocasiões fato que foi disseminado aos que passavam pelas terras orientais.
Através das grandes navegações e o comércio das especiarias os chás vieram para a Europa e para o Novo Mundo. Muito mais do que o sabor, sabe-se que os chás estão abastecidos de substâncias capazes de agregar benefícios à saúde de quem os consomem. Os fitofármacos nele contidos são objeto de estudos em várias partes do mundo e por suas mais diferenciadas aplicações.
Para nós brasileiros, a denominação de chá, segundo a Anvisa - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, trata de produtos constituídos por partes vegetais, inteiras, fragmentadas ou moídas, obtidos por processos tecnológicos adequados a cada espécie, utilizados exclusivamente na preparação de bebidas alimentícias por infusão ou decocção em água potável não podendo ter alegação terapêutica no rótulo.
Os produtos denominados “chás” são considerados, portanto, alimentos e, como tal, podemos prescrever e orientar seu uso em nossos planos alimentares. A maneira mais comum de se preparar um chá é através da infusão ou maceração em água quente como também é conhecida. Consiste em verter água fervente sobre o “chá” ou droga vegetal abafando a preparação por um tempo específico.
É utilizada em preparações que usam partes de vegetais de consistência menos rígida como folhas, flores, inflorescências e frutos ou ainda com substâncias que possuem ativos voláteis que se perderiam durante uma fervura prolongada.
A decocção por sua vez consiste em deixar a droga vegetal em água potável até a ebulição por um período determinado. É indicada para ervas mais rígidas, que não liberam seus bioativos em baixas temperaturas. Podemos citar como exemplo as cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas. Não é recomendado para ervas que possuem componentes voláteis ou sensíveis a altas temperaturas. Para estas ervas liberarem seus bioativos podemos utilizar a extração em água fria. Este método consiste em acrescentar a erva a uma determinada quantidade de água filtrada e deixar descansar por um tempo a temperatura ambiente.
É importante salientar também que, apesar de ser costume adoçar os chás e infusões com mel, açúcar ou mesmo adoçantes artificiais, o correto é não fazê-lo. Este ato pode interferir no sabor e na propriedade dos chás ou da droga vegetal bem como absorção dos ativos vegetais.
Algumas das funções biológicas dos chás estão associadas com sua ação antiinflamatória, antioxidante, antialérgica, anti-obesogênica entre outras. Muitas das pesquisas que embasam suas atribuições associam-se com a capacidade antioxidante dos compostos químicos neles contidos como os compostos fenolicos (epigalocatequina galato, epicatequina, catequina e cafeína) e flavonóides (antocianina, flavanas,flavononas,flavonas,flavonóis , isoflavonóides) além de sua composição em micronutrientes.
O fato é que somos desde muito cedo apresentados aos chás e aprendemos apreciá-los nas mais diferentes formas: quente, gelado, à temperatura ambiente ou acrescido a outras bebidas como sucos, neste caso os denominamos SUCHÁS. Estas preparações somam as qualidades dos chás à palatabilidade das frutas e são bastante apreciadas.
Receita de Suchá Bons Sonhos
Ingredientes:
• 1 xícara de infusão de camomila ( Matricaria chamomilla) *
• 1 xícara de infusão de erva cidreira (Melissa officinalis) *
• 2 colheres de sopa de suco de maracujá doce (Passiflora edulis)*
• 1 pitada de açafrão (Curcuma Longa)
Preparo
Para a infusão de camomila: Em uma xícara de chá (150mL) de água morna (começando a criar bolinhas), adicionar 1 colher de sobremesa (2G) das flores de camomila, deixar em repouso por 5 minutos. Coar e reservar.
Para a infusão de erva cidreira: Em uma xícara de chá (150mL) de água morna (começando a criar bolinhas), adicionar 2 colheres de sobremesa (4G) da erva cidreira e deixar em repouso por 5 minutos. Coar e reservar.
Para o maracujá: liquidificar o fruto com ½ copo de água filtrada. Coar e reservar.
Liquidificar ou misturar todos os ingredientes devidamente preparados acrescentando 1 pitada de açafrão. Tomar conforme tolerância morno, gelado ou a temperatura ambiente. Rende duas xícaras.
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