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Os desafios para o nutricionista nos procedimentos da cirurgia bariátrica
fonte - ANDF

Por Larissa Berber Nutricionista | Conselho Técnico/científico - ANDF
Obesidade é uma doença em franca ascensão. Segundo a última pesquisa de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico em 2019, VIGITEL, 20,3% dos Brasileiros encontram-se com obesidade, que é reconhecidamente uma doença.
Para pacientes com IMC elevado, e que já tenham passado por tratamento clínico — incluindo mudança alimentar — sem sucesso, e que ainda apresentem comorbidades, a cirurgia bariátrica tem sido um tratamento eficaz. Existem várias técnicas que mesclam entre restritivas como a Gastrectomia Vertical, disabsortivas como Duodenal Switch e mistas como a Gastroplastia em Y de Roux.
Em todas as técnicas há aspectos nutricionais relevantes. Após a cirurgia a absorção de micronutrientes e macronutrientes fica prejudicada devido a restrição mecânica, a passagem rápida do alimento no novo trato intestinal e seu tempo de contato com o suco gástrico. Devido a isso, devemos oferecer ao paciente uma alimentação com maior proporção de proteínas e suplementar os micronutrientes, como preconizado no Guideline Internacional, sendo esses multivitamínicos, cálcio, ferro, vitaminas do complexo b, para evitar possíveis deficiências nutricionais.
A dieta nos primeiros dias do pós-operatório deve ser apenas líquida (líquida clara e líquida completa), sem a presença de irritantes, para a promoção da cicatrização. Geralmente cada equipe médica define o tempo em que o paciente vai experimentar essa fase e papel do nutricionista nesse período é acompanhar a evolução, auxiliando o paciente a manter a hidratação.
A alimentação deve evoluir para dieta branda e dieta normal após 30 dias, conforme a orientação do nutricionista da equipe e aceitação do paciente. A partir daí, o papel do profissional é auxiliar o paciente a estabelecer um novo hábito alimentar saudável e promover uma dieta para promoção da perda de peso com pelo menos 60g de proteína diariamente.
O paciente bariátrico deve fazer o acompanhamento contínuo com a equipe multidisciplinar pelo menos anualmente para controle do peso e das intercorrências nutricionais. A educação continua desse paciente é a chave para a manutenção do peso e da sua saúde.
Larissa Berber Nutricionista é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
Fonte:
MECHANICK, Jeffrey I. et al. Clinical practice guidelines for the perioperative nutritional, metabolic, and nonsurgical support of the bariatric surgery patient—2013 update: cosponsored by American Association of Clinical Endocrinologists, the Obesity Society, and American Society for Metabolic & Bariatric Surgery. Surgery for Obesity and Related Diseases, v. 9, n. 2, p. 159-191, 2013.
BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). VIGITEL Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019. 2020.
BRAY, George A. et al. Management of obesity. The Lancet, v. 387, n. 10031, p. 1947-1956, 2016.
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